quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Cuidado com as bebidas clandestinas!

A venda de cachaça sem os devidos registros pode prejudicar e comprometer a saúde. 



Muitas vezes precisamos abordar assuntos que não são muito agradáveis, porém é importante que o apreciador de cachaça tenha informação suficiente para que possa fazer a melhor escolha na hora de comprar a bebida.

Uma das questões mais delicadas hoje no mercado da cachaça é a questão da informalidade. Para abrir e operar um alambique é necessário que se sigam diversas normas e regulamentos técnicos estabelecidos por diversos órgãos governamentais. Anvisa, Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Receita Federal, órgãos estaduais de água e saneamento, prefeituras e outros. É necessário também coordenar e compreender todas as normas, muitas vezes conflitantes, o que é uma tarefa muito difícil e onerosa para o pequeno produtor e, muitas vezes, acaba levando essas empresas a funcionar na informalidade.

Estima-se hoje que o Brasil possua cerca de 15.000 alambiques instalados e, segundo dados do Ibrac (Instituto Brasileiro da Cachaça), menos de 2.000 possuem os devidos registros e autorizações. Apesar de 90% do volume total de cachaça produzida anualmente no País ser legalizada, cerca de 85% dos produtores, em sua maioria micro e pequenas empresas, operam na informalidade.
A informalidade prejudica o mercado, pois reduz a arrecadação de impostos, diminuindo a capacidade do governo de investir em melhorias na capacitação e fiscalização do setor. Além disso, pode colocar em risco a sua saúde.
Para possuir o devido registro do Mapa, um alambique e seus respectivos produtos precisam seguir rígidas normas sanitárias, um extenso manual de boas práticas de produção e possuir um controle rígido da composição química da bebida. Isso se faz através de análises laboratoriais que atestam que a cachaça em questão tem sua composição dentro das normas e limites estabelecidos pelo governo, sendo considerada segura para o consumo humano.
Além do registro, a garrafa precisa ter também o famoso selo do IPI da Receita Federal, um selo impresso em papel moeda com detalhes de segurança semelhantes a uma nota de dinheiro, que atesta que a empresa recolhe o respectivo imposto.



Em uma produção informal, o produtor muitas vezes não adota essas práticas, produz sem nenhum controle e depois comercializa sua cachaça a granel, em bombonas plásticas e garrafões de vidro de 5/10/15 litros, ou pior, em garrafas  reaproveitadas de águas e refrigerantes. Muitas vezes, essa cachaça carrega substâncias que podem ser extremamente nocivas à nossa saúde, como o carbamato de etila (potencialmente carcinogênico), o cobre (que pode causar cirrose e falência hepática e renal) e o metanol (que causa seqüelas crônicas, como neuropatia óptica, cegueira e doença de Parkinson).

Por todos esses fatores é muito importante que o consumidor esteja atento.
Sabe aquela cachaça da roça, que o vizinho do sítio do seu cunhado produz no interior e ele traz para você em um garrafão reaproveitado de vinhos de baixa qualidade, que pode até ser bem saborosa! Ela  pode ser um veneno para a sua saúde. Evite a todo custo!
Aproveitando a falta de informação, existem produtores que vendem sua cachaça ilegalmente em bares e restaurantes e o comerciante, visando apenas o lucro, serve a bebida irregular, informal e ilegal para seu cliente, prejudicando toda a cadeia produtiva, o mercado de uma forma geral e, ainda mais grave, pondo em risco a sua saúde.


Portanto, quando for comprar uma cachaça, procure no rótulo o devido registro no Mapa, se estiver tomando uma dose em um bar ou restaurante, exija que a garrafa seja trazida à mesa e servida na sua frente para que você possa observar o rótulo e checar as informações, pois além de garantir a segurança para a sua saúde, pode ser bem instrutivo e agradável ver toda informação contida ali.

Saúde! (Sempre!)





Obs.:
Evite o consumo excessivo de álcool. A venda de bebidas alcoólicas é proibida para menores de 18 anos. Se beber não dirija.

Crédito: Mauricio Maia - Paladar Estadão

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