Apesar de saborosas, as cachaças "de alguma coisa" não são cachaças e sim bebidas mistas ou aguardentes compostas. Entenda a confusão feita com essas misturas.
Você já deve ter provado cachaça “de alguma coisa”. Banana, canela, mel e limão… Em todo o Brasil, é muito comum a produção de bebidas mistas, aguardentes compostas e licores tendo como base a cachaça. Porém, devemos ter cuidado.
Mesmo tendo como base o destilado nacional, essas bebidas não podem ostentar o nome de cachaça. Além disso, em muitos casos elas são produtos informais, que não obedecem à legislação e acabam utilizando cachaças informais (para não dizer ilegais) na formulação da bebida. Todo cuidado é pouco.
A legislação classifica esse tipo de bebida como:
– “alcoólica composta”, quando sua graduação alcoólica está entre 13% vol. e 18% vol.;
– “alcoólica mista ou coquetel”, quando a graduação é de 0,5% vol. a 54% vol., e aqui o álcool não precisa necessariamente ser proveniente da cana-de-açúcar;
– “aguardente composta”, quando a graduação está entre 38% vol. e 54% vol. e a bebida é elaborada a partir da adição de substância vegetal ou animal na aguardente de cana-de-açúcar.
– “alcoólica composta”, quando sua graduação alcoólica está entre 13% vol. e 18% vol.;
– “alcoólica mista ou coquetel”, quando a graduação é de 0,5% vol. a 54% vol., e aqui o álcool não precisa necessariamente ser proveniente da cana-de-açúcar;
– “aguardente composta”, quando a graduação está entre 38% vol. e 54% vol. e a bebida é elaborada a partir da adição de substância vegetal ou animal na aguardente de cana-de-açúcar.
Uma empresa que se esmera na produção de bebidas mistas e aguardentes compostas é a Ypióca, da gigante mundial dos destilados Diageo. Ela produz a tradicional Ypióca 160, aguardente composta com malte, além da recém lançada Ypióca Fogo Santo, feita à base de cachaça e especiarias.
Infelizmente, são poucos os que trabalham seriamente em um mercado dominado pela clandestinidade. Alguns chegam ao disparate de vender seu produto em sites como o Mercado Livre, com apresentação sofrível e uma descrição que nada explica sobre o produto, colocando em risco a saúde do consumidor desavisado. Em sua maioria utilizam cachaças de baixa qualidade ou até mesmo a fração de cauda da destilação, impregnada de substâncias altamente tóxicas e nocivas à nossa saúde. O gosto e o aroma ruim deste tipo de cachaça acaba ficando disfarçado pelos sabores artificiais adicionados à bebida.
Portanto, fique de olho, procure nas bebidas mistas, licores e aguardentes compostas os mesmos registros e tratamentos obrigatórios para a cachaça de alambique. Somente assim poderemos garantir a qualidade do que consumimos.
Saúde!
Fonte:Paladar Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário