quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A Cachaça baiana ganha cada vez mais espaço

Historicamente pouco valorizada pelos brasileiros e vista até com certo preconceito, a bebida artesanal tem se destacado no mercado nacional e angariado fãs.
Cachaça com gelo também é legal.

A cachaça é a bebida que melhor simboliza o povo brasileiro, apesar de ser pouco valorizada na própria terra. Rica e complexa adquire as características da região em que é produzida. E, como se não bastasse, sua história se confunde com a própria história do Brasil, começando lá nas primeiras décadas do século 16, com os engenhos e as fazendas de cana de açúcar.
É possível contar a história do Brasil e de seu povo por meio dessa bebida. Com ela conseguimos traduzir costumes, tradições, hábitos e até mesmo religião. Tudo isso apenas analisando a produção e o consumo de cachaça no país.
Apesar de contar com uma produção industrial de larga escala, é a fabricação artesanal que mantém as características necessárias para uma cachaça de qualidade. Hoje já são mais de 40 mil produtores no Brasil inteiro, embora a maioria não seja registrada. Tudo começa no plantio da cana de açúcar: sem utilização de agrotóxicos. Depois, a cana é cortada à mão e moída em até 24h após a colheita para evitar contaminação com compostos indesejáveis. Em seguida, o caldo de cana fresco é fermentado e depois destilado em alambique de cobre – parte importante do processo, pois é responsável por retirar aromas desagradáveis da bebida.
Cachaça saindo do alambique

O processo industrial não tem flexibilidade de produção. A bebida é destilada em colunas de inox, perdendo a característica da cana e gerando um álcool mais neutro, alguns rótulos industriais perdem as características de tal forma que é preciso adoçá-los. A legislação permite adicionar até seis gramas de açúcar por litro. Mais do que isso, ela passa a ser chamada de “cachaça adoçada”.
Após o processo de destilação, a cachaça é engarrafada, armazenada ou envelhecida em barris de madeira. E é nessa etapa que o Brasil se diferencia dos demais países. Enquanto o mundo conhece basicamente o carvalho, a nossa diversidade permite utilizar diferentes tipos de madeira dependendo das características que se deseja na bebida.
No processo de produção da cachaça, todas as etapas influenciam, desde o tipo de cana escolhido até o tipo de levedura. Mas a etapa da madeira é a que mais se destaca, pois representa mais de 60% das características da bebida.


Logo que sai do alambique, a cachaça tem um aroma mais doce e muita picância no sabor. É com a passagem pela madeira que ela vai enriquecer e ganhar complexidade. Cada madeira vai gerar uma particularidade diferente. Entre as mais usadas estão amburana, jequitibá, jequitibá-rosa, ipê, bálsamo e amendoim. A amburana, por exemplo, vai criar cachaças mais doces, com notas como mel e canela. Já o bálsamo tem características mais herbais, como anis e erva-doce.
Mesmo com o preconceito e a falta de informação rondando o mundo da cachaça, a bebida tem atraído curiosos e adeptos tanto entre o público quanto entre os donos de bares e restaurantes. E já é considerada uma tendência a degustação da cachaça pura, em drinques que vão muito além da caipirinha ou em harmonizações de almoços e jantares.
Harmonização de cachaça com queijo é uma boa pedida!

Atualmente, o maior consumo de cachaça em bares e restaurantes é por meio da caipirinha, mesmo que apenas cerca de 20% a 30% do drinque sejam feitos com a bebida brasileira em contrapartida à vodka, que detém a maior parcela.
Muitos lugares vendem vodka Premium, mas não têm interesse em investir na cachaça por imaginarem que os clientes não notarão a diferença. O restaurante Yemanjá inverteu as estatísticas desde que implantou a cachaça artesanal no cardápio: 80% das caipirinhas pedidas são com a bebida, que agora tem rótulo personalizado com sua marca.
Caipirinha drink mundialmente conhecido

Inclua em sua carta as melhores cachaças baiana, prestigie os produtores do seu estado.No tabuleiro da Bahia também tem cachaças elaboradas com muita qualidade e de reconhecimento internacional.
Conheça estabelecimentos que estão privilegiando e cmercializando a boa cachaça baiana. 


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